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sábado, 20 de junho de 2009

Vila Real




Vila Real é uma cidade portuguesa, capital do Distrito de Vila Real, na Região Norte e sub-região do Douro, com cerca de 25 000 habitantes .
É sede de um
município com 377,08 km² de área e aproximadamente 50 000 habitantes (2006), subdividido em 30 freguesias. O município é limitado a norte pelos municípios de Ribeira de Pena e de Vila Pouca de Aguiar, a leste por Sabrosa, a sul pelo Peso da Régua, a sudoeste por Santa Marta de Penaguião, a oeste por Amarante e a noroeste por Mondim de Basto.
Crescida num planalto situado na confluência dos rios
Corgo e Cabril, a cidade está enquadrada numa bela paisagem natural (Escarpas do Corgo), tendo como pano de fundo as serras do Alvão e, mais distante, do Marão. Ao longo de mais de setecentos anos de existência, Vila Real ganhou os contornos que tem hoje, uma cidade de belos monumentos, onde se destacam os templos e as casas nobres, com os seus brasões bem à vista, algo que levou a que, outrora, fosse conhecida como a Corte de Trás-os-Montes.


A região de Vila Real possui indícios de ter sido habitada desde o paleolítico. Vestígios de povoamentos posteriores, como o Santuário Rupestre de Panóias, revelam a presença romana. Porém com as invasões bárbaras e muçulmanas verifica-se um despovoamento gradual.
Nos finais do
século XI, em 1096, o conde D. Henrique atribui foral a Constantim de Panóias, como forma de promover o povoamento da região. Em 1272, como novo incentivo ao povoamento, atribuiu D. Afonso III foral para a fundação — sem sucesso — de uma Vila Real de Panoias, que alguns autores[5] defendem ter sido prevista para um local diferente do actual (provavelmente o lugar da Ponte na freguesia de Mouçós). Somente em 1289, por foral do rei D. Dinis, é fundada efectivamente a Vila Real de Panóias, que se tornará a cidade actual. No entanto, ao que parece[6], já em 1139 se chamava «Vila Rial» ao promontório onde nasceu a Vila Real actual, na altura pertencente à freguesia de Vila Marim.
A localização privilegiada, no cruzamento das estradas
Porto-Bragança e Viseu-Chaves, permite um crescimento sustentado. A presença, a partir do século XVII, da Casa dos Marqueses, faz com que muitos nobres da corte também se fixem. Facto comprovado pelas inúmeras pedras-de-armas com os títulos de nobreza dos seus proprietários que ainda hoje se vêem na cidade.
Com o aumento da população, Vila Real adquiriu, no
século XIX, o estatuto de capital de distrito e, já no século XX, o de capital de província. Em 1922 foi criada a diocese de Vila Real, territorialmente coincidente com o respectivo distrito, por desanexação das de Braga, Lamego e Bragança-Miranda, e em 1925 a localidade foi elevada a cidade.
Conheceu um grande incremento com a criação da
Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, em 1986 (embora esse já viesse a acontecer desde 1979, com o Instituto Universitário de Trás-os-Montes e Alto Douro, sucessor do Instituto Politécnico de Vila Real, criado em 1973), que contribuiu para o aumento demográfico e revitalização da população.
Nos últimos anos, foram criados em Vila Real vários equipamentos culturais, que trouxeram novo dinamismo à cidade, como o Teatro de Vila Real e o Conservatório de Música, e a transferência da Biblioteca Municipal e do Arquivo Municipal para edifícios específicos para esse fim. Foram também valorizadas várias áreas da cidade, como o antigo Bairro dos Ferreiros e a área envolvente do Rio Corgo.
Actualmente, Vila Real vive uma fase de crescente desenvolvimento, a nível industrial, comercial e dos serviços, com relevo para a saúde, o ensino, o turismo, etc, apresentando-se como local de eleição para o investimento externo.


Vias de Comunicação
Vila Real é uma cidade estrategicamente colocada no interior Norte de
Portugal, sendo servida por excelentes vias de comunicação que a ligam ao resto do País e a Espanha
A24 - Liga a Chaves (e daí à fronteira com a Galiza, Espanha), a norte, e a Viseu, a sul.
A7 - Ligação indirecta à região do Minho (Braga, Guimarães, etc.), a partir de Vila Pouca de Aguiar
IP4 - Liga ao Porto, a oeste, e a Bragança, a nordeste (e daí à fronteira com Espanha).
A4 - De Amarante para oeste o IP4 tem estatuto de auto-estrada.
Prevista a conversão em auto-estrada (A4) do restante percurso do IP4 (Amarante-Vila Real-Bragança).
Outras estradas nacionais importantes, nomeadamente a
EN2 (que perdeu importância nas deslocações a média/longa distância após a conclusão da A24).

Aéreos
A cerca de 4km da cidade o Aeródromo Municipal de Vila Real possui 950x30m com pista em asfalto. Tem ligações aéreas diárias para
Lisboa e Bragança.



Ferroviários
Passa na cidade a linha do Corgo, extinto o percurso Vila Real-Chaves desde 1991, mantem-se activa a linha Vila Real-Régua, esta troço também tem fins turisticos.

Autocarros urbanos
A Corgobus é a empresa que explora a rede de transportes urbanos da cidade de Vila Real.
Iniciou a actividade em Novembro de 2004, com 4 linhas (L1-4) a funcionarem em regime diurno nos dias úteis e aos sábados de manhã, abrangendo quase totalmente a zona urbana da cidade e algumas zonas suburbanas (Zona Industrial de Constantim, Hospital / Lordelo, Parada de Cunhos). A rede foi desde o início sendo sujeita a pequenos ajustes, o mais significativo dos quais foi a criação de um pequeno ramal (L5), de horário muito restrito.
Em Fevereiro de 2008 a rede e o horário de funcionamento foram alargados: todas as linhas (com excepção do ramal L5) passaram a funcionar também ao sábado à tarde, com uma variante da linha 1 a operar aos domingos e feriados, surgindo ainda uma linha circular de serviço nocturno (LN) até à meia-noite.

Principais Distâncias
Aeroporto Francisco Sá Carneiro Portugal - 100 Km
Porto Portugal - 97 Km
Lisboa Portugal - 411 Km
Braga Portugal - 100 Km
Chaves Portugal - 68 Km
Bragança Portugal - 120 Km
Viseu Portugal - 90 Km
Madrid Espanha - 520 Km




Lenda e origem da palavra Aleu
No Grande Dicionário da Língua Portuguesa, da Porto Editora, a palavra aleu apresenta como significado «vara» e, em sentido figurado, «alívio», «descanso». No mesmo dicionário diz-se que a sua origem é obscura; porém, existe em latim o termo aleo, aleonis, que significa «jogador» e que poderá estar na origem da palavra aléu, que se encontra inscrita no brasão da cidade de Vila Real.
Segundo uma lenda, durante o reinado de D. João I (ou de D. Dinis), estaria um grupo de rapazes em Vila Real a jogar o jogo da choca (uma espécie de hóquei, mas sem patins e cuja bola é uma pedra, diz-se na mesma lenda), com um pau a que davam o nome de "aleo". O rei terá criticado a sua despreocupação, num momento de perigo, em que estavam a entrar em guerra. Um dos rapazes teria respondido que com o mesmo aléu com que jogavam a choca tratariam dos inimigos. Satisfeito com a resposta, o rei mandou que a palavra aléu fosse inscrita no brasão da cidade.
A palavra aleu está ainda ligada ao hóquei em patins. Transcrevo um pequeno excerto do regulamento do hóquei:
«Art.º 2.º – Condições para a realização do jogo Os jogos realizam-se na maior parte das condições de tempo, ao ar livre, de dia ou de noite (com luz artificial), ou em pistas cobertas, tendo como instrumentos de jogo, uma bola, um aleu ("stick") e duas balizas.»
Numa outra página, diz-se «A arte de jogar com um aleu e uma bola sobre patins foi iniciada no distrito, precisamente na cidade-capital em 1932.»
Sem um contexto é, pois, difícil dizer-lhe qual o significado da palavra que ouve em Vila Real, até porque se trata de um termo, ao que parece, um pouco comum nessa cidade, onde há um grupo de cantares aleu, além de vários produtos característicos da cidade, ou da região, com o mesmo nome.
A varias lendas sobre a origem da palavra sendo esta mais veridica.




Edifícios
A Torre de Quintela (torre do século XIII)
Património histórico edificado:
Capela da Misericórdia
Capela de São Brás e o túmulo de Teixeira de Macedo
Capela do Espírito Santo ou Capela do Bom Jesus do Hospital
Casa de Diogo Cão, construída na segunda metade do século XV e onde, supostamente, nasceu o navegador, Diogo Cão, que descobriu a foz do rio Zaire
Casa de Carvalho Araújo, (onde este viveu durante a sua infância) importante marinheiro que se destacou na sua profissão por ter impedido que o barco que escoltava (o vapor S. Miguel) fosse afundado por um submarino alemão, sacrificando o draga minas que comandava (NRP Augusto de Castilho) e a sua propria vida.
Casa dos Brocas, construída pelo avô de
Camilo Castelo Branco e onde este residiu durante algum tempo
Casa dos Marqueses de Vila Real, com uma bela janela em
estilo manuelino, onde estes residiram até caírem em desgraça devido ao seu envolvimento na conjura contra D. João IV, em 1641
Igreja de São Domingos/Sé de Vila Real
Igreja de São Pedro
Igreja de Bom Jesus do Calvário
Igreja dos Clérigos/Capela Nova, de traço barroco, cuja autoria é atribuída a
Nicolau Nasoni
Pelourinho de Vila Real
Solar de Mateus, este já na freguesia com o mesmo nome, cujo o autor é Nicolau Nasoni
Torre de Quintela, localizada na freguesia de Vila Marim
Vários solares brasonados que existem na parte mais antiga da cidade

Museus
Museu de Arqueologia e Numismática de Vila Real, que possui uma grande colecção de moedas romanas, gregas, visigóticas...
Museu de Geologia da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro
Museu Etnográfico de Vila Real
Museu do Som e Imagem
Museu da Vila Velha




Percursos
Na cidade, vários percursos de interesse são a Vila Velha, parte mais antiga da cidade, onde se podem ver as escarpas escavadas pelos rios; toda a parte da cidade que se expandiu para fora dos muros antigos; a Avenida Carvalho Araújo e a Rua Direita. O percurso ao longo do
Rio Corgo é também interessante de ser feito. O percurso em comboio histórico na linha do Corgo, entre Peso da Régua e Vila Real, desenvolvendo-se na margem esquerda do rio Corgo, onde se localiza um grande número de quintas de vinho do Porto e seus vinhedos.

Artesanato

Barro preto - Bisalhães

Barro preto - Artesão - Bisalhães
Típico de Vila Real, o barro preto de Bisalhães é um dos seus principais produtos de artesanato, destacando-se de entre as várias a chamada “Bilha dos Segredos”; também se destaca o linho de Agarez e a tecelagem.

Gastronomia
A gastronomia vilarealense é rica em doces conventuais, como os ”Toucinho do Céu”, os “Pitos de Santa Luzia”, as “Ganchas de S. Brás”. Estes dois últimos têm uma tradição: no dia 13 de Dezembro, as raparigas compram pitos para oferecer aos rapazes, e dia 3 de Fevereiro, dia de S. Brás, os rapazes retribuem, oferecendo a gancha. Como pratos típicos, servem-se em Vila Real, tripas aos molhos, cabrito assado com arroz de forno, vitela assada (Maronesa), joelho da porca e diversos pratos de bacalhau, etc. Tradicionais são também as bolas de carne, os covilhetes, as cristas de galo, as tigelinhas de laranja e os cavacórios.




Locais de interesse arqueológico
Mamoas de Justes, sepulturas megalíticas
Mão do Homem, um altar rupestre, presente em Adoufe
Necrópole de S. Miguel da Pena, um santuário proto-histórico, na serra do Alvão, na aldeia da Pena
Santuário de Panóias, um santuário rupestre da época romana, único na Península Ibérica, localizado em Vale de Nogueiras

Natureza
Devido à sua situação geográfica, há vários locais a visitar: as Serras do
Marão e do Alvão (Parque Natural do Alvão), sendo que na primeira vale a pena observar a vista do alto desta, e na segunda, as aldeias de Vila Marim e Lamas de Olo, perto da qual se encontra a barragem com o mesmo nome.

Tradições e Festividades
São Brás, dias 2 e 3 de Fevereiro
São Lázaro, no Domingo anterior ao Domingo de Ramos
Semana Académica, em Maio
Santo António, padroeiro da cidade, dia 13 de Junho (feriado municipal)
São João,dia 24 de Junho, com arraiais por toda a cidade
São Pedro, dias 28 e 29 de Junho, em que se realizam a tradicional Feira dos Pucarinhos, onde se vendem objectos de barro preto
Procissão do
Corpo de Deus, em Junho
Nossa Senhora de Almodena, dia 8 de Setembro
Nossa Senhora da Pena, no segundo fim de semana de Setembro
Santa Luzia, dia 13 de Dezembro
Semana do Caloiro, em Outubro ou Novembro
Semana Académica, no fim de Abril




Circuito Internacional de Vila Real
Vila Real é uma das cidade portuguesas com mais tradições no Desporto Automóvel, realizando corridas urbanas desde 1931 até 1991, com alguns interregnos, tendo atingido os seus pontos mais altos nas décadas de 60 e 70, com inúmeras corridas internacionais de grande prestígio, nas quais participaram alguns dos mais importantes pilotos estrangeiros, que vieram a obter os melhores lugares em diversos Campeonatos Mundiais.
As chamadas “Corridas de Vila Real”, constituíram durante muitos anos o mais importante cartaz turístico de Vila Real, sendo sem dúvida a marca distintiva desta Cidade no panorama Nacional e Internacional.
Este circuito nasceu em 1931, após alguns anos de preparação, pela vontade de um grupo de entusiastas locais liderados por Aureliano Barrigas, aproveitando as características de algumas estradas que ligavam o centro de Vila Real às imediações do famoso
Palácio de Mateus, estabelecendo assim um primeiro circuito com 7.150 m, que com algumas ligeiríssimas alterações e algumas interrupções, nomeadamente durante a 2ª guerra mundial e na crise petrolífera de meados dos anos 70, manteve-se até 1991.
Em Julho de 1991 o piloto Pedro Carvalho despistou-se na chamada "curva da Ford", na zona da
Araucária, provocando quatro mortos entre a assistência e ferimentos graves em diversos espectadores. Este acidente originou a suspensão das provas automobilísticas.
Em 2007 as provas foram retomadas nos dias 5 a 7 de Outubro, num novo traçado que não incluiu a zona onde ocorreu o acidente.
Em 2008 realizaram-se em 21 e 22 de Junho.

Educação
Ao nível de Ensino Superior, Vila Real possui uma Universidade (
Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro) e uma Escola Superior de Enfermagem.
Ao nível do Ensino Secundário, existem três escolas: Escola Secundária Camilo Castelo Branco (ex-Liceu), Escola Secundária de São Pedro (ex-Escola Industrial e Comercial) e Escola Secundária Morgado de Mateus.
Ao nível do Segundo e Terceiro Ciclos do Ensino Básico existem duas escolas: Escola EB2/3 Diogo Cão (ex-Ciclo Preparatório) e Escola EB2/3 Monsenhor Jerónimo do Amaral.

Clima
Devido à sua situação geográfica (as Serras do Marão e Alvão actuam como barreiras naturais), Vila Real tem um clima de extremos: tem um Inverno bastante prolongado, sendo o frio constante, chegando as temperaturas frequentemente abaixo dos 0°C; é comum nevar pelo menos uma vez por ano. O Verão é bastante quente. Os dias intermédios são raros, sendo as diferenças de temperatura bastante bruscas. Estas características deram origem ao provérbio
“Nove meses de Inverno, três meses de inferno”.

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